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Tudo o que você precisa saber sobre os estilos de cervejas

Atualmente há mais de 150 estilos de cervejas no mercado. O BJCP (Beer Judge Certification Program Inc) reúne todos os estilos e categorias em um compêndio para facilitar sua pesquisa, classificação e para julgamentos em concursos, porém, não serve como parâmetro absoluto para classificar uma cerveja. Outros estilos são criados diariamente por cervejarias que tendem a ser precursoras de novas invenções nesse universo saboroso. Abaixo daremos algumas características básicas dos estilos mais encontrados e comercializados nas prateleiras brasileiras, para esclarecer e dar um norte um sobre esse universo de possibilidades cervejeiras:

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Estilos mais comercializados

Pilsen

Originada na cidade tcheca Pilsen, ela é uma cerveja com muito caráter de malte e lúpulo, e com um final longo e arredondado. Complexa, mas bem equilibrado e refrescante. Atualmente muito vendida e confundida com o nome pilsen, porém, na verdade, essas cervejas comumente vendidas com o rótulo “pilsen” são na realidade uma American Lager com sabor, lupulagem e potência mais fracas que uma Pilsen original.

American Lager

Pode ser comercializada como Pilsner fora da Europa, mas não deve ser confundida com exemplares tradicionais. Cerveja muito clara, altamente carbonatada, de corpo leve e bem atenuada, com um perfil de sabor muito neutro e de baixo amargor. Servidas bem geladas, elas podem ser muito frescantes e saciadoras de sede.

Cream Ale

Uma cerveja americana limpa, bem-atenuada e saborosa, tipicamente para se refrescar “enquanto se corta a grama no jardim.” Fácil de beber e refrescante, mas com mais corpo do que as típicas lagers americanas.

Munich Helles

Uma Lager alemã límpida, maltada, de cor dourada, com um sabor de grãos doces e um final suave e seco. Lúpulo bem sutil, que pode ser de perfil condimentado, floral ou herbal, de conteúdo amargo apenas para ajudar a manter o equilíbrio maltado, mas não doce, o que ajuda a esta cerveja ser uma bebida refrescante, para ser consumida todos os dias.

Kölsch

Uma cerveja limpa, fresca, delicadamente equilibrada, normalmente com uma nota muito sutil de frutas e lúpulos.

Märzen

Uma maltada Amber Lager alemã, elegante, com um sabor de malte limpo, rico, com notas de pão, tostado, amargor restrito e um final seco que incentiva outro gole. A versão Amber Lager alemã (no estilo vienense da época) foi originalmente servida na Oktoberfest em 1872, uma tradição que durou até 1990, quando a Festbier dourada foi adotada como padrão para o festival de cerveja.

Rauchbier

Uma amber lager alemã elegante, maltada, com um caráter defumado de madeira de faia equilibrado, complementar. Aroma e sabor de malte ricamente tostado, mas com amargor restrito. Algumas cervejarias produzem seu próprio malte defumado (rauchmalz).

Dunkles Bock

Uma lager alemã maltada, escura, forte, que enfatiza as qualidades ricamente maltadas e um
pouco tostadas dos maltes continentais sem ser doce no final.

Vienna Lager

Uma Amber Lager de intensidade moderada com um malte suave, afável, com um amargor moderado e um final ainda relativamente seco. O sabor do malte é limpo, rico em notas de pão e
levemente tostado, com uma impressão elegante derivada da base de maltes e do processo.

Altbier

Uma cerveja alemã bem equilibrada, bem atenuada, amarga, mas todavia maltada, limpa e suave, de cor âmbar a acobreado.

Munich Dunkel

Caracterizada pela intensidade, riqueza e complexidade típica dos maltes Munich mais escuros.
Sabores de casca de pão intensos, a maioria com notas de chocolate nos exemplares mais frescos, mas nunca de torrado, áspero ou adstringente. Cerveja decididamente equilibrada para os maltes, mas ainda assim, muito fácil de beber.

Schwarzbier

Uma lager alemã escura, que equilibra os sabores torrados, mas suaves de malte, com um moderado amargor do lúpulo. O corpo leve, a secura e a ausência de aspereza, queimado ou de um retrogosto pesado contribuem para que esta cerveja seja muito fácil de beber.

Doppelbock

Uma lager alemã forte, rica e muito maltada que pode ter duas variantes, cerveja claras ou escuras. As versões mais escuras são mais complexas, com sabores de malte mais pronunciados enquanto as versões mais claras têm um pouco mais de lúpulo e secura.

Eisbock

Uma lager alemã escura, forte, de corpo cheio, rica, maltada, muitas vezes com uma consistência viscosa e sabores fortes.

Baltic Porter

Muito complexa, com sabores de malte em múltiplas camadas e com notas de frutas escuras. Cerveja tradicional dos países banhados pelo Mar Báltico, desenvolvidas de forma autóctone, após
ali chegarem e se tornarem conhecidas as Brown Export de densidade mais alta e as Imperiais Stouts provenientes da Inglaterra foram estabelecidos. Historicamente de fermentação alta,
muitas cervejarias adaptaram suas receitas para utilizar levedura de baixa fermentação, juntamente com o resto de sua produção.

Weissbier

Uma cerveja de trigo alemã clara e refrescante, com alta carbonatação, final seco, sensação na boca cremosa, com notas de banana e cravo, produtos da levedura. A Bavária tem uma tradição que se remonta a centenas de anos, a produção de cerveja de trigo, contudo, foi definido para ser monopólio reservado apenas para a Realeza Bávara. As weissbier modernas datam de 1872, quando Schneider começou sua produção. No entanto, as Weissbier claras tornaram-se populares a partir de 1960. Hoje é muito popular, especialmente no sul da Alemanha.


Weizenbock

Uma ale com base em trigo forte, maltada e frutada, combinando os melhores sabores do malte e fermento em uma Weissbier (clara ou escura) com um rico sabor maltado e intenso.


English IPA

Uma ale britânica clara, lupulada, moderadamente forte, bem atenuada, com um final seco e um aroma e sabor lupulado. Ingredientes clássicos britânicos proporcionam o melhor perfil de sabor. O relato de suas origens varia, mas a maioria concorda que o que mais tarde ficou conhecido como IPA era uma Pale Ale preparada para expedição para a Índia no final dos anos 1700 e início dos 1800.

English Porter

Uma cerveja marrom de moderada intensidade, com um caráter restrito torrado e amargo. Pode ter uma variedade de sabores torrados, geralmente sem qualidades queimadas, muitas vezes com um perfil de malte-caramelo-chocolate.

Originalmente de Londres, a cerca de 300 anos atrás, a Porter evoluiu de uma cerveja Brown Ale jovem e doce, popular na época. Ela evoluiu muitas vezes devido a vários desenvolvimentos tecnológicos e de ingredientes, além de preferências dos consumidores que impulsionaram estas
mudanças.

Red Ale

Um pint de cerveja fácil de beber, vezes com sabores sutis. Equilíbrio ligeiramente maltado, às vezes apresenta um suave dulçor inicial de caramelo/toffee, um paladar ligeiramente de grãos e biscoito, e, um toque seco torrado no final. Algumas versões podem destacar mais o caramelo e o
dulçor, enquanto que outras favorecem o paladar de grãos e a secura torrada.

American Porter

Uma cerveja escura, maltada, com sabor complexo e caráter substancial de malte escuro.

Oatmeal Stout

Uma ale maltada, torrada, muito escura e encorpada, com um sabor de aveia complementar. O dulçor, o equilíbrio e a impressão de aveia podem variar consideravelmente.

Imperial Stout

Uma ale escura intensamente saborosa, forte, com uma vasta gama de equilíbrios de sabores e
interpretações regionais. Maltosidade torrada/queimada com profundos sabores de frutas escuras ou secas, e com um final aquecedor e meio amargo. Apesar dos sabores intensos, os componentes precisam se fundir para criar, juntos, uma cerveja complexa e harmoniosa, não uma bagunça
alcoólica.

American Stout

Uma Stout escura, bastante forte, altamente torrada, amarga e lupulada. Tem o corpo e sabores escuros típicos das Stouts com um caráter mais agressivo e amargo de lúpulos americanos

British Strong Ale

Uma cerveja de teor alcoólico respeitável, tradicionalmente acondicionada em garrafa, para guarda, em adega. Pode ter uma ampla gama de interpretações, mas a maioria se caracteriza por uma riqueza maior de maltes, em variados graus de intensidade, lúpulos presentes apenas no final, deixando-a com algum amargor, presença de ésteres frutados, e aquecimento alcoólico.

Old Ale

Uma Ale de moderada a bastante significativa graduação alcoólica, maior do que as cervejas normais (standard), embora normalmente não tão forte ou rico como uma Barleywine.

English Barleywine

Uma vitrine da riqueza e complexidade maltada, com sabores intensos. Muito elevada em corpo, beirando a ser mastigável, com calor alcoólico e um agradável frutado ou lupulado interessante.
Quando envelhecida, ele pode assumir sabores como de Vinho do Porto. Uma iguaria de inverno.

Belgian Blonde Ale

Uma ale dourada, de intensidade moderada, que tem uma complexidade sutil frutada-picante, da
levedura belga, com um pouco de sabor de malte doce e um final seco.

De produção relativamente recente, destinada como alternativa aos consumidores de Pils europeias, se tornando mais popular, porque é muito comercializada e amplamente distribuída.

American Amber Ale

Uma cerveja artesanal âmbar, lupulada, de intensidade moderada com um sabor maltado de caramelo. O equilíbrio pode variar um pouco, com algumas versões sendo bastante maltadas e
outras sendo agressivamente lupulada.

Um estilo moderno de cerveja artesanal americana, elaborado como uma variação da American Pale Ales. Conhecidas simplesmente como Red Ale em algumas regiões, estas cervejas foram popularizadas pelos amantes do lúpulo no norte da Califórnia e em outras áreas do Noroeste do
Pacífico dos EUA, antes de se espalhar por todo o país.

American IPA

Uma American Pale Ale decididamente mais lupulada e amarga, moderadamente forte, apresentando variedades de lúpulos americanos modernos ou Novo Mundo.

Double IPA

Uma Pale Ale bastante forte, intensamente lupulada, sem o grande, rico e complexo maltado, dulçor residual e corpo de uma American Barleywine. Fortemente lupulada, mas limpa, seca e sem
aspereza. A drinkability é uma característica importante; isto é, não deve ser uma cerveja pesada, que se bebe sorvendo em pequenos goles.

Uma inovação de cerveja artesanal americana desenvolvido pela primeira vez no final da década de 1990, refletindo a tendência dos cervejeiros artesanais americanos de “ultrapassar os limites” para satisfazer as necessidades dos aficionados por lúpulos e por produtos cada vez mais intensos. Tornou-se mais comum e popular em toda a década de 2000 a 2010, e inspirou ainda mais a criatividade das IPAs

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Uma Ale clara, refrescante e lupulada, contudo com sustentação de malte suficiente para fazer uma cerveja equilibrada e de drinkability. A presença de lúpulo de perfil limpo pode ser reflexo da
utilização de clássicos ou modernos varietais de lúpulos americanos ou do Novo Mundo, com uma vasta gama de características. Uma intensidade média de lúpulos transmitida por cervejas americanas claras está presente, geralmente equilibrada, para ser mais acessível que as modernas American IPAs.

Uma adaptação da English Pale Ale pela moderna Escola Americana de cerveja artesanal, revelando ingredientes de terroir americano (lúpulo, malte, levedura e água). Antes da explosão da popularidade das IPAs, foi tradicionalmente a mais conhecida e popular das cervejas artesanais americanas.

American Barleywine

Uma interpretação americana bem lupulada das mais ricas e mais fortes English Ale. A característica de lúpulo deve ser evidente a todo o momento, mas não tem de ser desequilibrada. A força de álcool e o amargor do lúpulo frequentemente são combinados para deixar um final bem longo. Normalmente, a cerveja mais forte oferecida por uma cervejaria, muitas vezes associada com a estação de inverno ou temporadas festivas (Natal) ou épocas passadas (vintage).

Berliner Weisse

Uma cerveja de trigo alemã muito clara, refrescante, de baixo teor alcoólico, com uma acidez láctica limpa e um nível muito alto de carbonatação. A especialidade regional de Berlim; mencionada pelas tropas de Napoleão em 1809 como “o Champagne do Norte” devido ao seu caráter alegre e elegante. Em uma época foi defumada e costumava haver uma versão de intensidade Märzen (14° P). Cada vez mais raro, na Alemanha, algumas cervejarias artesanais americanas agora produzem regularmente esse estilo.

Lambic

Tradicionalmente fermentada espontaneamente na região de Bruxelas e servida sem carbonatar; a acidez refrescante a converte em uma bebida refinada, de cafeteria, muito agradável. São provenientes de uma tradição cervejeira de fermentação natural do campo de vários séculos.

Gueuze

Uma cerveja complexa, agradavelmente ácida, mas equilibrada, altamente carbonatada e muito refrescante. O caráter de fermentação espontânea pode proporcionar uma complexidade muito interessante, com uma vasta gama de características de estábulo, celeiro, cobertor de cavalo, ou de
couro que se misturam com sabores frutados-cítricos e acidez.

Fruit Lambic

Uma cerveja de trigo de fermentação espontânea, complexa, frutada, agradavelmente ácida, fermentada por uma variedade de microbiota belga, e apresentando as contribuições de frutas misturadas com o caráter selvagem. O tipo de fruta pode às vezes ser difícil de identificar como
características fermentadas e envelhecidas que podem parecer diferentes dos aromas e sabores mais reconhecíveis da fruta fresca.

Witbier

Uma ale à base de trigo, refrescante, elegante, saborosa, de moderada intensidade.

Um estilo de cerveja belga de 400 anos de idade, que morreu em 1950; que mais tarde foi revivido por Pierre Celis em Hoegaarden, e tem crescido em popularidade ao longo do tempo, tanto com
os cervejeiros artesanais modernos como pelos produtores do mercado de massa que a veem como uma cerveja sazonal de verão um pouco frutada.

Belgian Pale Ale

Uma ale belga moderadamente maltado, um pouco frutada, fácil de beber, de cor acobreada que é um pouco menos agressiva no perfil de sabor do que muitas outras cervejas belgas. O caráter de malte tende a ser um pouco de biscoito com um leve tostado, similar ao de mel ou caramelo; o caráter frutado é perceptível e complementar ao caráter de malte. O nível de amargor é geralmente moderado, mas pode não parecer tão elevado devido ao perfil saboroso de malte.

Produzida por cervejarias com raízes que remontam a meados da década de 1700, os exemplares mais conhecidos foram aperfeiçoados depois da Segunda Guerra Mundial com alguma influência da Grã-Bretanha, incluindo lúpulo e leveduras.

Saison

Normalmente uma Ale belga clara, refrescante, muito atenuada, moderadamente amarga, de intensidade moderada e com um final muito seco.

Belgian Golden Strong Ale

Uma ale de estilo belga, complexa, efervescente, e forte, altamente atenuada e com características de notas frutadas e lupuladas.

Trappist Single

Uma ale Trapista clara, amarga, muito atenuada e bem carbonatada, que mostra um caráter de
levedura Trapista frutado-condimentado, um perfil de lúpulo condimentado e floral, e um suave e sustentador sabor de malte com caráter de grãos doces.

Trapista é um nome legalmente protegido e não pode ser usado comercialmente, exceto por
genuínos mosteiros trapistas que preparam sua própria cerveja.

Belgian Dubbel

Uma ale Trapista de tom vermelho acobreado muito escuro, moderadamente forte, maltada, complexa, com ricos sabores de malte, ésteres de frutas escuras ou secas e leve álcool, mesclados
juntos em uma apresentação que, embora maltado, tem um final bastante seco.

Belgian Tripel

Uma Ale Trapista clara e forte, um pouco condimentada, seca, com um agradável e arredondado sabor de malte e um amargor firme. Muito aromática, com notas condimentadas, frutadas e leve álcool que combinam com um limpo caráter sustentador do malte para produzir uma bebida com surpreendente drinkability, considerando-se o alto nível de álcool.

Belgian Dark Strong Ale

Uma ale belga escura, complexa e muito forte, com uma deliciosa mistura de riqueza de maltes e sabores de frutas escuras e elementos condimentados. Complexa, rica, suave e perigosa.

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Serviu como base?

Agora você já tem uma boa base sobre estilos cervejas artesanais antes de experimentar seu próximo rótulo.

Conforme for se adentrando nesse universo de cervejas artesanais, mais vai ficando familiarizado com os estilos mais encontrados no país e as novidades que vão surgindo a cada dia. Além dos tradicionais estilos como a IPA e a Pilsen, existem também as cervejas fruit beer, sour beer e saison, entre outras. Cada uma delas tem um sabor único, que vai agradar aos mais diversos paladares. Com tantas opções disponíveis, é possível encontrar a cerveja perfeita para qualquer ocasião.

Nos últimos anos houve um aumento da demanda por cervejas artesanais no cenário nacional, pois o público está ficando mais consciente desde amplo universo de possibilidades de estilos de cervejas e não ficando apenas com o estilo tradicional da massa. Isso tem feito com que muitas microcervejarias surjam para atender a essa demanda, oferecendo uma grande variedade de estilos e sabores. O resultado é que o mercado da cerveja artesanal brasileira vem crescendo a cada dia, proporcionando grandes experiências para os amantes da boa cerveja.

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Referências: BJPC de 2015.

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